sexta-feira, 18 de março de 2011

Há pessoas com total inaptidão para o amor ou para a felicidade.
Seria o mesmo que dizer: os tremendamente chatos existem!!
Não descarto a possibilidade de ser um deles, mas só trago o assunto à baila como pano de fundo para alguns dos recortes de hoje:




    O amor é o sangue do sol dentro do sol. A inocência repetida mil vezes na vontade sincera de desejar que o céu compreenda. Levantam-se tempestades frágeis e delicadas na respiração vegetal do amor. Como uma planta a crescer da terra. O amor é a luz do sol a beber a voz doce dessa planta. Algo dentro de qualquer coisa profunda. O amor é o sentido de todas as palavras impossíveis. Atravessar o interior de uma montanha. Correr pelas horas originais do mundo. O amor é a paz fresca e a combustão de um incêndio dentro, dentro, dentro, dentro, dentro dos dias. Em cada instante de manhã, o céu a deslizar como um rio. À tarde, o sol como uma certeza. O amor é feito de mar, de ondas na distância do oceano e de areia eterna. O amor é feito de tantas coisas opostas e verdadeiras. Nascem lugares para o amor e, nesses jardins etéreos, a salvação é uma brisa que cai sobre o rosto suavemente.

(José Luís Peixoto, em Uma Casa na Escuridão, ed. Record)





Tudo seduz. Mesmo o pequeno pássaro
nos atrai em meio à pura folhagem,
a flor, não tendo espaço, impõe-se para nós,
e que mais exige o vento? Só o deus,
qual uma coluna, deixa passar, distribuindo,
bem no alto, e sustentando, em ambas as partes,
a leve curvatura de sua impassibilidade.

(Rainer Maria Rilke; trad. Marco Lucchesi)




Sou um guardador de rebanhos.
O rebanho é os meus pensamentos
E os meus pensamentos são todos sensações.
Penso com os olhos e com os ouvidos
E com as mãos e os pés
E com o nariz e a boca.

Pensar uma flor é vê-la e cheirá-la
E comer um fruto é saber-lhe o sentido.

Por isso quando num dia de calor
Me sinto triste de gozá-lo tanto.
E me deito ao comprido na erva,
E fecho os olhos quentes,
Sinto todo o meu corpo deitado na realidade,
Sei a verdade e sou feliz.

(Fernando Pessoa)




Grosso.
           Estúpido.
                         Panaca.
                                    Calhorda.

(Namorar engorda).

Crápula.
            Tapado.
                        Bronco.
                                   Demente.

(O amor é incompetente).

 Asno.
          Covarde.
                         Idiota.
                                    Canalha.

(Eros sempre perde a batalha).


(Vera Versiani, em Nada Para Humanos, ed. Oficina Editores)



Não sofremos por não sermos amados.

Sofremos por acreditarmos que o somos.
(Roland Barthes)


Há algo curiosamente monótono na felicidade dos outros.
(Aldous Huxley)


As relações estão fadadas ao fracasso.
A alegria não quer saber de versões desalinhadas
de um mesmo traço.
(V.V.)


Sinto informá-lo: quando a felicidade bater à sua porta,
é quase certo que não será reconhecida!
(V.V.)


O melhor do amor é a ilusão do amor.
(V.V.)


Sou infeliz, Logo, existo!
(V.V)


Felicidade alheia causa inveja.

Infelicidade alheia traz consolo.
Matemos o próximo.
(V.V.)

Um comentário:

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