Tem
lido muito, a ponto de esquecer ou deixar de lado prioridades
que
se acumulam em sua lista de compromissos pessoais?
Tem
andado no mundo das nuvens, perdido o ponto de descida no
metrô,
dormido pouco, chegado atrasado nos encontros, reuniões e
consultórios?
Tem
relegado a segundo plano o convívio familiar corriqueiro e
emocionalmente
necessário?
Tem
adiado projetos, criações, realizações, em prol de um maior e
fundamentado
conteúdo?
Atenção
para a dose quiçá excessiva em sua dieta literária!
Acontece,
com bastante frequência, de despendermos horas, dias,
meses,
em leituras infindáveis, quando há tarefas talvez mais
urgentes
e necessárias proliferando como é de praxe à nossa volta.
Perfeitamente
compreensível, não?
Leitura
é medicamento imprescindível em nossas prateleiras, isso
é
fato.
Leitura
é atenuante e neutralizador dos efeitos desastrosos das
exigências
e ilusões mundanas contemporâneas que nos são
ofertadas
por via de regra.
Faz
florescer o eu em mim autêntico e delicado, alijado das
tribunas
do cotidiano competitivo e desvairado.
Diz
José Castello em uma de suas crônicas: “o sujeito que lê deseja
livrar-se
de si. É um estranho suicida”.
Há
que se morrer mil vezes a cada dia, para se dar conta de que
existe
um eu a salvaguardar ou fazer renascer.
É
o livro que mata o eu em mim supérfluo e frio, de valores
construídos
sobre consensos de conteúdos frágeis que não me
dignificam
nem realizam.
Viva
o livro, este assassino!!
Que linda paisagem!!!! texto e fotos bem caprichados!!!
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