1º)
A propósito do livro A
Ilusão da Alma, de Eduardo Giannetti, não vou dizer nada.
Sugiro leitura dos
artigos que o Wisnik vem publicando no jornal O Globo.
O terceiro texto sobre o
assunto está prometido para o próximo domingo.
Se sou
o que almejo ser
o que adoraria ser
o que penso que sou
o que me surpreendo por ter me transformado em
o que me apraz ser vista como
o que sou forçada a
um desdobrar
sem fim
Se sou
o que pensam
o que traduzem
o que interpretam
o que nem imaginam
o que revelam
o que esperam
o que deduzem
de mim
A resultante
sendo
em si
uma variedade
surpreendente e impalpável
que diz mais do que qualquer ilusão da alma pode sugerir
muito mais do que qualquer eu fajuto pode inferir
mas muito menos do que o deus dos tempos pode me pedir
Sou tudo e nada
joia e trapo
lucro e lixo
joio e trigo.
2º)
Minha memória associativa me sopra aos ouvidos alguns
trechos de Knots, livro de R.D.Laing,
psiquiatra inglês que muito impressionou minha geração lá pelos idos de 1973 e
que foi uma referência importante tanto para profissionais quanto para leigos
interessados nos nós, impasses, pontos cegos, interseções, tensões, disjunções,
entre nossos padrões de relacionamento (com o outro e com nós mesmos) – a
palavra sendo, no enfrentamento, o instrumento de revelação ou desordem:
They are
playing a game. They are playing at not
playing a
game. If I show them I see they are, I
shall break
the rules and they will punish me.
I must play
their game, of not seeing I see the game.
How clever
has one to be to be stupid?
The others
told her she was stupid. So she made
herself stupid
in order not to see how stupid
they were
to think she was stupid,
because it
was bad to think they were stupid.
She
preferred to be stupid and good,
rather than
bad and clever.
It is bad
to be stupid: she needs to be clever
to be so
good and stupid.
It is bad
to be clever, because this shows
how stupid they
were
to tell her
how stupid she was.
Narcissus
fell in love with his image, taking it to
be another.
Jack falls
in love with Jill’s image of Jack, taking
it to be
himself.
She must
not die, because then he would lose himself.
He is
jealous in case anyone else’s image is reflected
in her
mirror.
Jill is a
distorting mirror to herself.
Jill has to
distort herself to appear undistorted
to herself.
To
undistort herself, she finds Jack to distort her
distorted image
in his distorting mirror.
She hopes
that his distortion of her distortion may
undistort her
image without her having to distort herself.
If I don’t
know I don’t know
I think I know
If I don’t
know I know
I think I don’t know
Nenhum comentário:
Postar um comentário