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Belos poemas com belos títulos: regalem-se com Raul Macedo!
Hieróglifo Passarinho
O Silêncio está na roda
da poesia, porque - ai de!-
não há ninguém a falar,
quando todo mundo fala.
O vazio, quem deita nele
com tanto conforto assim?
“Silêncio!” - disse a pomba,
do fundo de um código binário.
Camafeu
"But Silence is Infinity.
Himself has not a face."
(Emily Dickinson)
O tempo é lento; são as horas
como um rio derramado
pela foz alheia do espaço,
de alguma seca convenção.
Tange os contornos da ausência,
quando o silêncio nos desata
sua epiderme, seu semblante
que nos percorre, arde e deixa
um rosto aceso - interminável.
Inquebrável
O amor é um tiro no espelho,
intangível ao corpo estilhaçado.
Harmônico silêncio de ruínas,
tão puro de beijar e se ferir
de inocência.
Aí Cai
Bashô um vazio...
(e esse nosso Ocidente
que não se orienta)
Talvez um poema...
"Trouxeste a chave?" (Drummond )
Talvez um poema seja isto
uma porta escancarada para tudo
onde o nada nos aguarda sem ser visto
Talvez como uma pétala caída
de uma flor regada à ausência
Talvez como um amor sem violência
e a morte sem ser morte desejada
Talvez seja o que não é palavra
mas é palavra na espera de ser vida
Talvez a desvelada anarquia
de teus olhos segredando rupturas
da linguagem no olhar da fechadura.
Mudo Convite
Há palavras que vestem o seu corpo
tecem fugas:
Sangue.
Carne.
Mundo.
E há palavras que de tão silenciosas
deitam nuas:
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Grande prazer ver meus poemas nesse espaço cultural especial! Para mim vale muito. Beijo!
ResponderExcluirO poema "Mudo Convite" é um deliberado plágio de Ana C. César, que tem um poema de título homônimo, mas tudo bem rs. Bjs.
ResponderExcluirSeus poemas são joias, Raul, e meu blog agradece. Bjs.
ResponderExcluirtudo tão lindo, um prazer enorme em ler ler ler
ResponderExcluirVera, realmente vc tem razão, esse poeta, que me parece bem novo, tem domínio da linguagem. É um começo promissor; nos pega pela síntese, a metáfora, a crueza dos versos despojados, sem grandiloquência, sem rimas forjadas nos laboratórios das oficinas. A temática também é interessante porque universal: silêncio, vazio, tempo, etc. Creio que esse poeta, se der rédeas ao exercício poético, vai chegar longe. E longe aqui não significa em um ou outro verso, porém na totalidade que não se fecha em um poema, mas se abre naquele que vem a seguir, na construção da obra. Bjs. Cacau Leal.
ResponderExcluirFiquei tão feliz de encontrar este blog. Assim posso ter um pouquinho de sua voz e sua poesia na minha vida. Parabéns seus poemas são lindos! Música para nossos ouvidos. Beijos.
ResponderExcluirPuxa, que legal! Seja bem-vinda!
ExcluirA propósito, Amilenda é bonitamente sonoro!
Beijos.
Vera.