domingo, 12 de agosto de 2012

Deu-me livros!


Tem lido muito, a ponto de esquecer ou deixar de lado prioridades
que se acumulam em sua lista de compromissos pessoais?

Tem andado no mundo das nuvens, perdido o ponto de descida no
metrô, dormido pouco, chegado atrasado nos encontros, reuniões e
consultórios?

Tem relegado a segundo plano o convívio familiar corriqueiro e
emocionalmente necessário?

Tem adiado projetos, criações, realizações, em prol de um maior e
fundamentado conteúdo?

Atenção para a dose quiçá excessiva em sua dieta literária!

Acontece, com bastante frequência, de despendermos horas, dias,
meses, em leituras infindáveis, quando há tarefas talvez mais
urgentes e necessárias proliferando como é de praxe à nossa volta.
Perfeitamente compreensível, não?

Leitura é medicamento imprescindível em nossas prateleiras, isso
é fato.

Leitura é atenuante e neutralizador dos efeitos desastrosos das
exigências e ilusões mundanas contemporâneas que nos são
ofertadas por via de regra.

Faz florescer o eu em mim autêntico e delicado, alijado das
tribunas do cotidiano competitivo e desvairado.

Diz José Castello em uma de suas crônicas: “o sujeito que lê deseja
livrar-se de si. É um estranho suicida”.

Há que se morrer mil vezes a cada dia, para se dar conta de que
existe um eu a salvaguardar ou fazer renascer.

É o livro que mata o eu em mim supérfluo e frio, de valores
construídos sobre consensos de conteúdos frágeis que não me
dignificam nem realizam.

Viva o livro, este assassino!!






































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